Chamado

O desconhecido nos acompanha do nascimento à morte. Quanto mais conhecemos, mais se amplia o 'não conhecemos'.

Uma resposta hoje torna-se um porquê amanhã. Por isso, somos eternos aprendizes. Autoconhecer-se gera um medo tão grande que a maioria prefere ficar na zona de conforto. Afinal, aparentemente, nos moldamos ao que esperam de nós.

Seguimos o script direitinho. A razão disso é o medo de não sermos amados, é o medo do abandono, o medo da exclusão e da perda.

Quem já encarou, mesmo, um processo de autoconhecimento sabe bem o que é isso.

Nos perceber com camadas e mais camadas de roupas sociais com as quais nos vestem ou nos vestimos leva a um momento (e esse momento costuma ser dramático) em que nos perguntamos: quem sou eu ?

Se temos força o suficiente para buscar a resposta, vamos nos despimos e ao outro dizemos: eu quero que você me veja nu porque essa nudez é verdadeiramente eu.

Vai encarar?

Como todo autoconhecimento provoca algum movimento transcendente, é inevitável as perguntas: qual a minha origem? o que vim fazer aqui?

Se enveredamos por esse caminho, chegaremos a nossa essência, seja ela materialista, espiritualista ou as duas.

Só tenho a dizer que é um caminho sem volta porque quanto mais nos sabemos mais queremos nos saber. A vida vai ganhando um sentido, um propósito. Não é julgamento de valor, bom ou mau. Simplesmente, é.

E se nos assumimos como realmente somos, o preço a pagar costuma ser bem alto, ainda mais quando a essência é muito diferente da aparência.

As cobranças e exclusões passam a fazer parte do nosso contexto. Estamos em condições de encarar isso ?

No meu caso, esse transcendente me levou a uma essência espiritual. Ainda não sei minha origem e o que vim fazer aqui, mas tenho recebido chamados. Meu eu mental e afetivo nunca teve vontade de conhecer essas paisagens com as quais sonhamos, mas como estou ouvindo mais atentamente minha essência, eu vou. E seja o que Deus quiser.

Vou seguir o chamado.