Basta !

Já faz algum tempo que não sei mais o que fazer. São muitos desajustes que borbulham aqui dentro. No peito, um tremor que só assusta e atormenta. Na cabeça, inúmeras sensações fazem coro, peso e devastam tudo que passa pela frente, me deixando sem saída.

As preocupações batem incisivamente na porta, em busca de respostas. Reviro o baú de informações, não encontro nada que justifique esse caos interno.

Viver se torna a cada dia mais inquietante. Momentos de paz e tranquilidade são quase uma raridade. São criticas atrás de criticas. Ofensas que chegam a um ponto de questionar minha ombridade como homem indica que tudo já chegou em seu limite. Existe limite para a falta de respeito ? Extrapolou os limites de uma boa convivência. Acumulei todas as ofensas. Fui em busca de um elogio qualquer. Procurei entre centenas de textos, mensagens, emails. Não achei nehum. Quem será que elogia um merda em sua concepção ? Deve ser esta a razão da ausência deles.

Sinto saudade. Saudade de mim. Sinto estranheza necessidade de me ter de volta. Sinto dor por estar preso nessa teia que você tece todos os dias. Sinto desespero por estar em um labirinto escuro, sem ninguém para me pegar no colo e dizer fica calmo, isso vai passar. Isso não passa. Isso vai e volta. Isso muda de cara, de nome, de força. Isso cresce e se transforma. Mas isso nunca me deixa. Então eu reúno meus pedacinhos, que já estão cansados dessa luta diária e sem fim, e continuo a caminhada. Porque sei que isso vai passar, afinal, me ensinaram que tudo na vida passa.

(Espero que seja logo.)

Andar com fé

Anteontem pela manhã o carro parou num destes inúmeros cruzamentos e vi um folheto colado em um poste: "qualquer problema ou dificuldade tenha fé e confiança em mim". Era de uma cartomante. E fiquei pensando quantas vezes na vida perdi a fé e a confiança em mim mesmo. E quantas vezes tive a decência de recuperar a bendita fé. Porque a gente tem que acreditar - sempre - em alguma coisa.

Existem os períodos de baixa. A gente se sente pequeno, formiga, Smurf, anã, parte do elenco do filme "Querida, encolhi as crianças" e, lógico, somos os encolhidos. A vontade some, o querer vai embora, fica um sem querer dominando. Não adianta telefonema, abraço que esquenta, filme bom, música preferida, chocolate amigo, amigo gente, amigo cachorro, amigo imaginário: o mundo parece um lugar estranho demais pra viver. E as pessoas parecem estranhas demais num mundo atrolhado de estranhezas. As teorias caem por terra, você apaga tudo, retira tudo, recolhe e pensa que talvez o mundo nem seja assim tão estranho, talvez o que estraga mesmo o mundo sejam as pessoas. Sem caráter, sem educação, sem amor, sem humildade, sem poesia, sem nada. Com arrogância, petulância, maldade, sarcasmo, crueldade.

Já tive períodos de baixa, de alta, sou um personagem da Bolsa de Valores em forma de gente, de carne e osso. Só que no meu caso sou eu que compro e vendo e aplico e fico cuidando os números de mim mesmo. Minhas ações disparam e despencam. Um dia a gente aprende que somos o que pensamos ser, sem filosofia barata. A gente faz o que quer com a vida da gente. E tudo começa pelo que a gente pensa quando olha pra dentro. Na verdade tudo começa antes: pra olhar pra dentro precisa ter um pingo de coragem, tem muita gente que prefere olhar pra fora e pra outras vidas do que olhar pra si. É tão bonito olhar pra si mesmo, abraçar todas as loucuras e purezas e não ter vergonha de dizer o que pensa. Não ter vergonha de calar quando preciso. Ficar quieto não é ser fraco, calar de vez é quando é ser sensato.

Vejo muita gente desiludida com os próprios sonhos e anseios. Gente que já desistiu, que juntou as tralhas e trocou de lugar, cansou, cansou, porque cansa, um dia cansa. Mas, estranhamente, não me canso nem quando me canso temporariamente.

Sei lá, algo aqui dentro tem uma fé enorme em algo sem nome, com nome e sobrenome, uma fé que não dorme, que às vezes entra em coma, que sai de férias e volta correndo cheia de saudade, uma fé que resolve virar "faquir" e ao mesmo tempo é uma fé gorda, grande, inteira, completamente cheia de si. Essa fé é que me lembra todos os dias que em caso de problemas ou dificuldades, mesmo que eu esqueça, essa fé lembra que é comigo mesmo que eu posso contar. Até o fim.

Antes de Partir

Um motivo em especial levou-me a assistir novamente o longa “Antes de partir”. Uma das cenas me chama a atenção. Carter Chambers (Morgan Freeman) ao relembrar a crença egípcia indaga Edward Cole (Jack Nicholson). Duas perguntas destinariam, de acordo com as respectivas respostas, para onde iriam os espíritos depois de suas mortes.

O filme retrata, de forma dramática e ao mesmo tempo cômica, a vida de dois homens com câncer. No hospital, eles recebem a notícia de que ambos têm poucos meses de vida. Eles elaboram uma lista de coisas que gostariam de fazer antes de morrer e fogem do hospital. Em uma das cenas mais bonitas, eles estão no Egito vendo um pôr-do-sol próximo às pirâmides.

Então um deles comenta que, no antigo Egito, havia uma crença de que, quando uma pessoa morria e chegava na presença de Deus, o Eterno perguntava:

1-Você encontrou alegria em sua vida?

2-Você proporcionou alegria para os outros?

E, dependendo da resposta, a pessoa era admitida ao paraíso.

Porém, o filme, nos induz a responder uma pergunta ainda mais profunda…

3-“Quais as coisas que quer fazer antes de partir?”

Poderia escrever mil linhas. São tantas coisas a fazer antes de partir. Sem sobressalto 2 coisas que não poderiam faltar: ter Marília em meus braços e poder acariciar seu rosto e ouvir desta que seria a mulher mais linda do mundo um gostoso e sincero: te amo.

Outro seria ir para a Grécia e estar ao lado de Partenon. Tal qual a música Mal de Mim, interpretada por Djavan.

De uma lista de 10 desejos estes seriam apenas 2. Falta muito para preencher a lista.

Tenho ainda tempo para tudo isto.

Assistam Antes de Partir.

E você?

Sem "mas"







Eu sou legal com quem é legal. Sem ponto e vírgula, sem espaço, sem "mas".
É bem simples.