Remedio

Nem toda dor dói. Tem umas que passam, há aquelas que só ameaçam e aquelas que duram até o próximo comprimido. Para a dor de cabeça, analgésico, para as dores de uma infecção, antibióticos. A medicina não falha e consegue amenizar quase todo e qualquer tipo de dor. Mas o que dói mesmo são aquelas dores que não se curam, as dores que se doem. De que me adianta tomar um Anador e não doer mais a cabeça, se o que dói mesmo é o coração? E a minha dor que não tem remédio? O que é que cura o coração? Um novo amor? Não dá, não sou compatível com as contra-indicações de um-falso-novo-amor-substituto-do-amor-que-eu-queria-ter-e-não-tenho. Nenhum coquetel de drogas ameniza as dores da alma, nenhuma pomada cicatriza os rasgos que te deixam no coração. Não há chá da vovó, cafuné da mamãe e muito menos genérico que cure a dor de amor. Mas como eu poderia ousar fazer do amor o remédio para trazer a felicidade e não esperar algum efeito colateral?



Quando eu espirro, tenho febre, e o médico, por não saber o que é que eu tenho, logo diz "é virose". Deve ser isso, este sentimento indefinido que alguém ousou definir em quatro letras. E virose a gente não cura, espera passar. Então, espero. Agora o que mais dói é saber que a vida inteira você sonhou com alguém especial e nem se deu ao trabalho de ver que era eu quando encontrou. Mas é assim o amor, que nem letra de médico, tá ali na nossa cara, vai salvar sua vida, mas poucos conseguem entender e poucos merecem receber.

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