Já sei o porquê das recaídas. É medo de que algumas pragas dêem certo. É o medo de que cada palavra hostil que recebo dêem certo. Cada tombo é uma confirmação do que trago comigo. Cada roxo interno na alma ratifica o não se importar, o não estar nem ai. A lembrança da descoberta diante das palavras antigas que releio só faz aumentar a certeza de que eu tinha razão.
Está bem, numa analogia típica de um não judô olímpico, pode torcer meu braço: mais um aviso" só uma vez e nunca mais" E talvez nunca teria sido se não permitisse. É isto: nunca foi.
Há os que nasceram para amar, e eu me encontro nesse grupo, não no outro.
Mas e daí? Não estou aqui só para isso, eu sei. Há tanto para ser feito. Eu sigo incólume, as olheiras atestando uma noite produtiva, ninguém desconfia. Não tenho mais medo, porque já sei o que me espera, já sei o que é preciso fazer. Os tombos são menores agora porque não subo tão alto como antigamente.
A subida séria só se faz uma vez e nenhum tombo poderá ser comparável a tudo isto. E a cicatriz serve para que não me esqueça, a cicatriz interna gigante que marca meu corpo internamente dos pés à cabeça. Por ser enorme é que ainda dói e isso nada tem a ver com o que seria a vida.
Aos poucos, vou compreendendo o que se passa.