Nasça 2015


Este ano não começou muito feliz. Alguns contratempos me tiraram do eixo, colocando um peso nos meus ombros.

Demorei para relaxar, para entender, para aceitar que muito só depende de mim, mas tem uma outra grande parcela que depende da outra parte, depende da situação e depende da vida.

Eu, que não acredito em acaso, xinguei o destino. E resolvi me recolher, pensar, tentar procurar o meu erro, desviar das pedras, vislumbrar uma luz no meio do caos.

Nem sempre é bom olhar pra dentro, já que o processo da auto-aceitação é dolorido e um pouco perigoso. Mas resolvi me aceitar, resolvi parar de mentir para minha consciência, parar de fingir que nada estava havendo.

Muita coisa aconteceu. Morri e ressuscitei num único dia. Num único momento. Entendi que não preciso controlar tudo, nem querer tudo do meu jeito. Eu, tão acelerado, resolvi relaxar. Não foi, nem é, fácil. Uma pessoa como eu, acelerado, tem a sensação constante que os ponteiros do relógio correm a maratona de São Silvestre, que nunca vai dar tempo, que é preciso correr, que o sinal vai estar fechado, que nada vai dar certo.

Só que eu cansei de ser acelerado. Quero ser calmo e menos acelerado, já que a loucura imposta pelo dia a dia mesmo não tem cura.

Quero conseguir não me sentir culpado por dizer eu-não-dou-conta. Quero não ter vergonha de pedir ajuda.

Quero não ficar com peso na consciência por dormir uma hora a mais, por esquecer de tomar os novos remédios na hora certa, por adiar a natação, por atrasar um trabalho, por dormir sem checar os tr.........s, por ter esquecido de ligar pra uma pessoa querida, por pelo menos uma vez quebrar todas as regras, por dizer aquilo que está engasgado sem pensar se magoei, por falar mal do vizinho, por passar o dia de pernas para o ar, por gastar uma nota num novo tênis,  por esquecer do tempo.

Que nasça um 2015 feliz. Estou aqui para o que der e vier.