É, você me inspira. Você me faz escrever, me faz digitar, me faz falar, me faz querer. Só que hoje eu não busquei inspiração em você. Não, não te traí, eu bebi. Me embebedei. É, não me orgulho, não me dê uma estrelinha, carimba "idiota" na minha testa que já tá de bom grado. Mas, eu pensei em você. É, eu tomei aquele vinho que eu havia guardado com carinho para tomar com você. Esperei segundos, minutos, horas, e dias e acho que fui desconvidado para o convite que eu mesmo te fiz. Não recebi resposta, não recebi aviso. Então, saí e fui percorrer os caminhos todos por onde eu queria ter passado com você. Olhar para a lua que eu queria que iluminasse você e eu. Vinho guardado com o tempo melhora, mas amor guardado não. É, mas não teve jeito, eu cansei das minhas frases-feitas, desse texto feito, eu bebi para ver se passava o efeito que só você provoca em mim. Efeito bom, efeito ruim, é feito como quando você me fazia feliz. E eu busquei naquela garrafa, naquele vinho, uma felicidade que eu sabia que não viria, mas era preciso embebedar para voltar a ser lúcido de vez. Ainda tonto eu segurei aquele vidro, aquela garrafa, que gira, corta, quebra, sangra, se não bem segurada. Olhei para aquele rótulo, e forcei os olhos para ler as letras. Chamava-se Saudade aquele vinho. Chamava-se porque não mais há. Eu bebi todo o vinho e sequer dei ouvidos ao aviso miúdo naquela garrafa: aprecie com moderação. Tarde demais, já me embebedei. Agora é me livrar desse vício que eu não tenho, bebi só por um dia para me livrar dessa rotina de querer amar você. Vou me matricular em algum programa, vou me matricular em mim mesmo, segurar minhas próprias mãos, erguer a cabeça e repetir ao fim da noite: "Mais um dia". Mais um dia sem você.
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