Ando tanto a flor da pele

Não quero ser os versos da música que ouve sempre repetida na rádio. Só queria ser sua música
Não quero ouvir da tua boca as palavras sem alicerces. Queria ajudar para que tivessem mais força
Não quero ter que ser, forçosamente, o elogio extra a teu ego. Existe algo maior aqui dentro.
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E não repita nas fotografias rasgadas uma pose já usada, nem tampouco me procure com olhos cansados de tantas e tantas partidas. Não me procure porque fui embora naquele "por favor". E se for para dançar comigo na ilusão, não quebres o relógio que me prende às doze horas do sonho, nem tampouco o deixe misturados a outros, nem sei quais. Nem sei de quem e com qual direito ocuparam o mesmo lugar. E se for para mandar embora por mais uma vez, então não adies a partida com falsas chegadas. Não use comigo as mesmas correntes que te prendem a algo que nem eu não sei o que é e você não sabe se existe. Não me adicione a uma equação complicada, quando sabes que não a vais resolver. Porque não gosto de matemática quando trabalhamos com ilusões. E você, ilusionista, pode ser, num desses jogos, a iludida. Não faça então de mim o espelho onde retrata temporariamente o teu ego, porque até os espelhos mais fortes podem partir. Deixa cair a máscara por um segundo e fecha-a com o teu ego numa gaveta.
Talvez, pensando assim eu consiga ver se me deixei iludir pela falsa pessoa ou pela mulher por detrás dele.