Ganhei e instalei no meu armário um grande espelho. Um simples e grande espelho. Nunca tinha notado mais os espelhos são objetos irresistíveis.
Não conheço, talvez até exista, mas nunca vi uma casa sem espelhos, nem que seja guardado numa gaveta.
E todo mundo se olha, crianças, adultos, idosos.
Não há exceção.
Entramos num elevador, numa casa, numa sala... há um espelho e nos olhamos.
Eles nos atraem, porque têm essa “capacidade” de nos revelar, mostrar aquilo que aparentamos, o que os outros podem ver.
E se alguma coisa não está boa, sempre é possível mudar.
Provavelmente se nunca nos tivessemos visto em espelhos não nos preocuparíamos tanto com nossa aparência, pois que não saberíamos o que os outros vêem, então seria menos importante.
E é assim com nossa vida quando se trata do nosso interior.
Como sabemos que as pessoas não podem ler nossos pensamentos e conhecer nosso íntimo, não nos preocupamos tanto com isso.
Como nos recusamos, conscientes ou inconscientemente, de nos ver desnudos nas nossas imperfeições, vamos levando a vida como se não existissem.
E julgamos assim, outras pessoas, como se não fôssemos tão imperfeitamente iguais a elas.
Podemos não ter os mesmos defeitos, não cometer os mesmos erros, mas somos todos sujeitos a eles.
E se houvesse um espelho da alma que nos mostrasse isso, abaixaríamos a cabeça e talvez dependendo do grau de racionalidade e de "vergonha" nem ousaríamos a usá-lo
Como não temos um espelho para refletir nosso eu, olhamos sempre o que está diante de nós e nunca para nós mesmos.
Nestes anos todos percebi que muitas pessoas com as quais convivi estão longe, muito longe da perfeição que Deus espera de nós. Mas podemos caminhar e caminhar. Podemos não ser iguais a Jesus, mas podemos ser parecidos com Ele.
Espelhos
Postado por Paulo César Salltorelli | Marcadores espelhos da alma