Semelhanças e opostos


De uma forma ou de outra, causando alegria ou tristeza, o amor faz parte da história de vida de qualquer ser humano. Então, por que será que ainda causa tanta ansiedade, dúvidas, sofrimento? Obviamente, causa também satisfação, realização e felicidade, mas parece que, ao dar tudo certo, uma frase teima em gritar na nossa mente: tudo o que é bom dura pouco!

Será? Será mesmo que precisamos passar a vida toda temendo o fim de um grande amor? Ou talvez, precisamos aceitar a idéia de que o amor não é para todos? Que para encontrar e viver um amor de verdade precisamos ser dotados de sorte ou de algum tipo de poder mágico de encantamento?

Sinceramente, acredito que o amor é para todos. Porém, a questão é: mesmo sendo o amor para todos, nem todos são para o amor!!! Como saber? Você é? Eu sou? O que fazer para ser? Felizmente, a escolha é de cada um.

A decisão de ser e estar para o amor só depende de nossas atitudes, de nossas crenças internas, de nossa consciência e disponibilidade para se entregar a esse sentimento e aceitar os desafios que chegam com ele.

Creio que o primeiro e maior desafio referente às relações amorosas seja pararmos de acreditar que o amor é um conto de fadas, como se bastasse encontrar um príncipe ou princesa para que ele aconteça sozinho, para que os sentimentos bons cresçam e se mantenham sem que nada precisemos fazer.

Baseados nessa crença investimos nosso tempo e nossa energia aprendendo truques de sedução, diversas maneiras eficazes e infalíveis de conquistar quem quer que seja... Apostamos demasiadamente em nossa aparência e justificamos tanto nossos ganhos quanto nossas perdas a partir do que enxergamos diante do espelho.

Muitas vezes nos tornamos reféns de roupas, cabelos, maquiagem, moda, sapatos, cores, caras e bocas para, enfim, nos tornarmos aptos a viver um grande amor. No entanto, isso é uma grande besteira. Ou melhor, a aparência tem sua importância, é verdade, mas tão ínfima e tão efêmera, tão passageira que não tem força nem consistência para fazer nascer e crescer um amor verdadeiro.

O amor está além da casca e se alimenta de consistência, de algo que melhore com os anos, que se torne mais forte à medida que faz 10, 30, 50 anos. E convenhamos: a maioria de nós, reles mortais, tende a obedecer à lei da gravidade a cada ano. A pele enruga e fica flácida, o corpo perde a agilidade e a juventude, o raciocínio fica mais lento e as rugas se tornam cada vez mais evidentes.

E ainda assim, o amor pode crescer a cada dia, pode se superar e evoluir, fazendo seus praticantes ainda mais felizes do que no início, quando a pressa e o medo de não viver tudo o que podiam fazia com que não percebessem a paz e a felicidade que pequenos gestos podem trazer à nossa vida.

É difícil acreditar nisso quando ainda somos jovens e nosso maior objetivo é ao menos encontrar alguém com quem possamos usufruir toda a paixão que pulsa em nós. Mas precisamos compreender o papel do amor em nossas vidas, para somente então nos disponibilizarmos realmente.

Enquanto acreditarmos que os relacionamentos têm a função de nos satisfazer em todos os sentidos, como se fosse uma espécie de servo que chega para acabar com nossas frustrações e solidão, ficaremos pulando de promessa em promessa, de casamento em casamento, nos sentindo cada vez mais vazios, mais infelizes.

Precisamos admitir que as derrotas que sofremos são conseqüências de nossas próprias atitudes, de nossas próprias escolhas. Somente quando entendemos que somos responsáveis por nossa felicidade que podemos mudar, buscar novas alternativas, novas possibilidades e novas maneiras de viver.

Todos nós erramos, mas a vitória está depois do erro. Não importa quantas vezes caímos, mas quantas vezes levantamos. Porque a vitória está exatamente na vez em que levantamos; nunca na vez em que caímos!

E quando aplicamos essa teoria nos relacionamentos amorosos, não podemos considerar cada dificuldade como um sinal de que é hora de desistir, de acabar tudo e procurar outra pessoa. Senão, passaremos nossa vida inteira em busca de alguém que nunca nos desaponte, nunca cometa nenhum erro ou nunca nos faça sofrer. Amor não é isso.

Em algum momento desapontaremos a pessoa amada, mas são nesses momentos que nossas reações mais contam para nossa vitória ou nosso fracasso. Ou seja, a função do amor é nos mostrar que o relacionamento entre duas pessoas é passível de dor e enganos e que isso acontece justamente para que possamos refletir sobre nossa participação na dor e no engano. Sim, porque não há um culpado e um inocente. Não há um carrasco e uma vítima.

Quando duas pessoas resolvem compartilhar suas vidas, fazem isso baseadas em semelhanças, ideais e afinidades. Enfim, não somos ímãs, somos pessoas; portanto, no amor não vale a máxima os opostos se atraem, mas sempre os semelhantes se atraem.

Sendo assim, no momento em que algo não vai bem na relação, a função do amor é levar-nos ao seguinte questionamento: por que escolhi essa pessoa? Certamente tenho algo a aprender com ela. E se ela é semelhante a mim, o que há em mim que atraiu alguém como essa pessoa?

Se você tiver coragem de se fazer essas perguntas e, principalmente, de dedicar um precioso tempo de sua existência em busca das respostas, você poderá chegar a duas conclusões: ou essa pessoa é sua mestra e, a despeito de todas as dificuldades, você saberá que poderá evoluir. Ou essa pessoa entrou em sua vida para lhe mostrar que algo dentro de você tem de mudar muito, para que você possa atrair a pessoa certa.

Resumindo: a pessoa certa pode nos ensinar a enxergar os nossos próprios erros e a mudar, a melhorar. E a pessoa errada pode nos ensinar que temos de mudar nossos conceitos internos sobre amor, casamento e relacionamento, a fim de que possamos atrair a pessoa certa. Mas independentemente de ser a pessoa certa ou a pessoa errada, pode ter certeza de que todo o aprendizado será iniciado a partir de uma dificuldade, de uma crise, de uma decepção, de um erro, enfim, de algo que incomoda, que nos faz questionar, avaliar, analisar e refletir.

Não há como crescer na perfeição, porque o que é perfeito não precisa ser mudado! E como somos imperfeitos e como nossa missão aqui na Terra é evoluir, foi nos dado o amor.

Esta é a sua função, eis o seu papel na nossa vida.

E se Deus fosse um de nós?




If God had a name what would it be?

And would you call it to his face?

If you...(tradução e legendas no filme acima)


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Alem do muro: travessia

(...) Para quem tem medo, e a nada se atreve, tudo é ousado e perigoso.

É o medo que esteriliza nossos abraços e cancela nossos afetos; que proíbe nossos beijos e nos coloca sempre do lado de cá do muro.

Esse medo que se enraíza no coração da gente nos impede de ver o mundo que se descortina para além do muro, como se o novo fosse sempre uma cilada, e o desconhecido tivesse sempre uma armadilha a ameaçar nossa ilusão de segurança e certeza. (...)

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.

É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos (...)

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Simples

¨Pedir é a maneira mais eficaz de merecer
É a contingência maior de quem precisa...."

simples comentário

Cores de Outubro

Há muitas pessoas que não acreditam no amor. Eu acredito, na verdade, eu preciso acreditar. Não posso considerar que essa parte tão grande em mim, capaz de tanto amor, seja fruto de algo que não exista em algum lugar, além do meu peito. Amor a gente não busca no mundo, amor não tá lá fora, à venda, à disposição. Amor é algo de dentro que, quando você encontra alguém que você guarda dentro e que também guarde você dentro, faz o mundo aqui fora parecer menos vazio e distante. As pessoas têm problemas no trabalho, as pessoas tem problemas de saúde, as pessoas tem problemas familiares, mas ninguém sai por aí dizendo que o trabalho não existe, que a saúde não existe ou que família não existe.

No entanto, alguns cínicos com seus corações machucados querem nos fazer acreditar que o amor não existe. Sempre que alguém amargurado e amargo te disser que o amor não existe lembre-se: o amor existe, o que não existe é a perfeição. Tudo na vida a gente luta para conseguir e luta mais ainda para manter, é assim com tudo e é assim também com o amor. Essa é a verdade nua e crua: existe amor, mas também existem pessoas que não sabem amar. Eu não faço como essas pessoas que tentam dizer que o amor é uma bobagem, uma ilusão. E não é porque eu amo e sou amado. Não! Não estou só, e assim não Não estive só em todos os dias das minhas mais de duas décadas de vida. Tive eu a meu lado. Já me iludi e me enganei. Já fui iludido. Já fui usado apenas para massagear egos, realizar favores e/ou outras conquistas. Meu coração já foi partido por diversas e milhares de vezes, mas ainda há o poder de se regenerar em minha alma. Defendo o amor, defendo que as pessoas se amem, eu quero que você acredite no amor. Não vou querer privar o mundo do que não tenho. Não é porque ainda não deu certo para mim que não vai dar certo para você, vai dar certo sim! E, assim, quanto mais pessoas acreditarem no amor mais chances eu tenho de um dia encontrar quem também acredite e, nesse dia, além de amar eu também serei amado e terei orgulho de dizer para esta pessoa: sim, o amor existe, pois existe eu e você. Enquanto isto, aprendemos a lidar com a falsidade dos outros e sua mera imaginação de que podem manter uma transparência desencarnada em suas faces. Este recado tem um destino próprio: para aqueles que prejulgam sem que se dê a oportunidade de saber a verdade baseando-se apenas em sua própria verdade ou do que é dito e que faz acreditar que a melhor solução de tudo é sobrepor o ruim àquilo que verdadeiramente não o é, não o foi e nunca terá sido, e sem olhos nos olhos, cara a cara, frente a frente. É isto.