Recomeçar sempre

Segundo uma lenda milenar, havia no Japão uma espécie de pássaro muito especial, que se chamava hioku. Os antigos guardavam sua história como uma lição para os homens de qualquer época. Segundo a lenda, o hioku era um pássaro que nascia com uma só asa. Assim, desde o instante de seu nascimento, ele buscava encontrar sua outra metade, para completar-se e se realizar como pássaro: voar. Enquanto não encontrasse sua outra metade, ele não seria efetivamente um pássaro...E essa lenda traz uma profunda lição para nós humanos: Um ser só é completo quando é a metade de alguém. Pena que, ao contrário do pássaro, muitas pessoas, ao invés de buscar a metade que as realize, acabam na ilusão do poder, do egoísmo, do egocentrismo, reduzindo sua vida ao meio.Outras vezes, achamos que finalmente, encontramos a outra "asa"....mas, como na lenda de Ícaro, esta outra asa, com o passar do tempo, não consegue mais alcançar vôos tão altos quantos os nossos. Ao primeiro sinal de algum contratempo... gruda em nós... e isto faz com que, arrastemos esta asa. Quando finalmente chegamos à conclusão que esta asa nos prende e é nossa pura metade, ela simplesmente nos abandona, nos separamos e ela vai procurar outra asa, e outra asa, e outra asa, e os dias se vão. Mas, não podemos desistir de procurar nossa felicidade, mesmo que, para isto tenhamos de estar sempre recomeçando, sem nossa metade.

Campinas-SP

Facil ou difícil ?

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer. Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez errado. Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.Difícil é mentir para o nosso coração. Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto...Fácil é dizer: "Oi" ou "Como vai?" Difícil é dizer adeus.

Fácil é abraçar...beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa. Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência...Fácil é ditar regras. Difícil é segui-las...Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de chorar. Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma sinceramente, por inteiro. Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na sua agenda de telefones e saber que um dia vai esquecer meu número..Difícil é ocupar o coração de alguém. Fácil é sonhar todas as noites.

Difícil é lutar por um sonho. Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata..

Em Algum Lugar do Passado

Há um pequeno coisa que não costumo admitir: já assisti "n" vezes "Em Algum Lugar do Passado", o filme com Christopher Reeve e Jane Seymour. É, o filme é bobo. É implausível. Mas eu gosto dele, e acho que sei por quê. Vi o filme no dia 12 de novembro de 1981. Estava esperando por ele havia meses, desde que lera a crítica na Veja -- e quando se tem dez anos, um mês é tempo demais. Como praticamente todo garoto da minha idade, eu queria ser Christopher Reeve quando crescesse. E bem que tentei: pelo menos saí do cinema Estoril, um ano antes, voando como o Superman, braços esticados e pulando da calçada para a rua e vice-versa, fingindo que aquilo era voar. Fazia isto até o portão da minha casa. Quando finalmente assisti ao filme, naquela quinta-feira, a história de amor derrotado pelo tempo, mas que não esmorece, me deixou encucado. Descobri que estava apaixonado pelo nariz de Jane Seymour -- algo esquisito, já que ela tem um nariz longe de perfeito e, cá para nós, qualquer mulher tem coisa melhor para se admirar do que um nariz; ainda mais quando o admirador tem seus 17, 18... anos. Estava emocionado com "Rapsódia Sobre Um Tema De Paganini", de Rachmaninoff, a música-tema do filme, que procurei em vão durante anos. Fui achar bem mais tarde na internet. E continuava querendo ser Christopher Reeve. Voltar no tempo. Eu fui para a primeira sessão no Cine Estoril (hoje não existe mais), às 2 da tarde. Queria ficar para ver uma segunda, mas não tinha dinheiro e me assustava a idéia de lanterninha me pegar escondido entre as cadeiras entre uma sessão e outra. Mas nunca consegui esquecer o filme. O tempo passou e revi o filme umas duas ou três vezes. Vi pela última vez ainda este ano em dvd. Indiquei ele pra alguma pessoas mas não consegui a resposta que tanto procurava. Novamente o filme mexeu comigo. A cada vez eu o achava pior, mas isso não me impedia de continuar gostando dele. Acho que na primeira vez que o revi, já na década de 90, fiquei impressionado em ver como ele era hermético. Não no sentido cinematográfico, claro. Mas o círculo vicioso que ele cria é curioso. Collier só volta no tempo porque Elise se apaixonou por ele. Elise só se apaixonou por Collier porque ele voltou no tempo. E se alguém conseguir explicar como o relógio que atravessa todo o filme e serve de elo de ligação entre os amantes foi fabricado (Collier o recebe de Elise em 1972, que por sua vez o recebe de Collier em 1912) eu agradeceria. Já cheguei a acreditar que esse filme, que me parecia ser uma bobagem romântica, é na verdade uma tragédia, daquelas tristes, que nem sempre conseguimos julgar. Collier arruina a vida de Elise, que por sua vez espera 60 anos para arruinar a dele. No fim, revendo-o o mais uma vez, fico com a mesma impressão que tive quando era criança: é só uma história de amor.

É, é bobo, eu sei. Que bom. Um trecho está abaixo e se você for assistir levo a pizza. Com muita cebola. Combinado?

Nothing Man

I don't remember how I felt
I never thought I'd live
To read about myself
In my hometown paper
How my brave young life
Was forever changed
In a misty cloud of pink vapor

Darlin' give me your kiss
Only understand
I am the nothing man





Around here everybody acts the same
Around here everybody acts like nothing's changed
Friday night club meets at Al's Barbecue
The sky is still the same unbelievable blue

Darlin' give me your kiss
Come and take my hand
I am the nothing man

You can call me Joe
Buy me a drink and shake my hand
You want courage
I'll show you courage you can understand
Pearl and silver
Restin' on my night table
It's just me Lord, pray I'm able

Darlin' with this kiss
Say you understand
I am the nothing man
I am the nothing man